O projeto Cometa Nordestino espalha conhecimento científico e inspira um futuro de possibilidades nas comunidades nordestinas...
A equipe do projeto visitou o Centro de Lançamento de Alcântara. (foto:acervo do projeto)
Pelo segundo ano seguido, o projeto de extensão da UFRN Caravana Espacial participou da Space Week Nordeste, que, nesta edição, ocorreu na Universidade Federal do Maranhão, em São Luís, capital do estado. O evento é um dos mais relevantes para o setor aeroespacial na região.
A equipe do Projeto Caravana Espacial, formada pelo coordenador, José Henrique Fernandez, o vice-coordenador Anderson Guimarães Guedes e o coordenador local da Rede Nordeste Aeroespacial e também membro do projeto, Douglas do Nascimento, ministraram o minicurso “Introdução ao Foguetemodelismo: da Concepção ao Lançamento”.
O curso teve uma carga horária total de 8 horas (foto: Anderson Guedes)
A turma participante, composta por estudantes de graduação, professores e estudantes do Ensino Médio, pode entender o contexto histórico de criação dos foguetes, conceitos teóricos relevantes para o funcionamento desses equipamentos; aprenderam a criar modelos em softwares dedicados (Open Rocket) e realizaram atividades práticas de produção e queima de combustível. Ao longo das aulas, os participantes modelaram e construíram foguetinhos de combustível sólido, que foram lançados no encerramento do evento.
Em torno de 40 pessoas participaram do curso. (foto: Anderson Guedes)
O minicurso foi pensado para que o público iniciante construísse uma base teórica sobre a temática, mas também tivesse contato com um pouco desses conhecimentos na prática, para demonstrar que as ciências e tecnologias aeroespaciais estão ao alcance de todos. Durante o curso, os alunos aprenderam a projetar um modelo inicial de foguete com a ajuda do Software OpenRocket e, em seguida, construíram seus próprios foguetes reais com materiais de baixo custo. Ainda puderam lançar seus modelos e avaliar o nível de estabilidade aerodinâmica alcançado.
Cerca de 40 pessoas participaram das 8 horas de curso e receberam certificados de conclusão, mas, além disso, ganharam o título de “fogueteiros(as)”, forma carinhosa como são chamados os ingressantes nesta área.
Hoje, as competições de foguetes de combustível sólido já são uma realidade na Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) e também temos competições de alto nível para clubes de foguete universitários. Por isso, um dos objetivos do minicurso é justamente incentivar a criação de novas equipes de foguetemodelismo, seja em escolas de Ensino Médio ou universidades. Este tipo de iniciativa contribui para o avanço da difusão do conhecimento científico aeroespacial. “Nossa esperança é que, dentre os participantes do minicurso, surjam novas equipes de foguetemodelismo. As habilidades e competências desenvolvidas com o foguetemodelismo são essenciais para a indústria aeroespacial”, pontuam os ministrantes do minicurso.
Além do minicurso, os pesquisadores da UFRN participaram de várias atividades da Space Week Nordeste 2024. O professor José Henrique Fernandez, também ministrou uma palestra aberta para a população geral no São Luís Shopping, intitulada “Nordeste Brasileiro: nosso trampolim para o Espaço”, a palestra abordou as potencialidades do Nordeste para o desenvolvimento aeroespacial do Brasil. O momento visou mostrar o quanto a engenharia aeroespacial está presente no cotidiano das pessoas, a importância de nossos centros de lançamento e a relevância da região Nordeste para a área.
A palestra fez parte da programação aberta ao público da Semana Espacial (foto: Anderson Guedes)
Outro ponto especial, e que merece destaque, foi a visita técnica às instalações do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e às instalações do Laboratório de Eletrônica e Sistemas Embarcados Espaciais (LABESEE), onde toda a equipe do projeto pode acompanhar as etapas de desenvolvimento dos nanossatélites Aldebaran I e do Jussara K.
O CLA, no Maranhão, e o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, assim como outras instalações da Força Aérea Brasileira e da Agência Espacial Brasileira, compõem o que agora está sendo denominado como Complexo Espacial Brasileiro, o CEBRA.