Alunos e professores da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) apresentaram trabalhos e palestras no III Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia (CoBICET), que aconteceu no período de 29 de agosto a 02 de setembro, com o tema 15 anos dos BIs e LIs: retrospectiva, resistência e futuro.

Alanna Khesley, do curso de Ciências e Tecnologia da UFRN, faz parte de um dos estudos apresentados e que obteve certificação de menção honrosa como um dos melhores trabalhos na área de Ciências Agrárias, onde foi realizado um mapeamento tecnológico do setor bovino. “Nosso trabalho nasceu durante a disciplina de Gestão e Economia da Ciência, Tecnologia e Inovação (GECTI), a professora Zulmara Carvalho nos destinou o tema. O objetivo do mapeamento é detectar o nível de inserção do setor produtivo no modelo de Indústria 4.0”, esclarece Alanna, que destaca ainda que existe um protagonismo por parte da inteligência artificial na solução de problemas dentro do setor bovino.

As turmas 01 e 05 de 2022.1 da disciplina de GECTI aprovaram um total 24 trabalhos no Congresso, sendo que apenas o estudo realizado por Alanna, que contou ainda com a colaboração de Kaliane Eveny, João Vitor Fonseca, Jonatas Pinheiro, Nathalia Gabrielly e Pâmella Raffaela, foi selecionado para apresentação oral. “Ficamos emocionados. A participação do grupo no CoBICET é de grande importância, pois se trata de um evento nacional, sendo uma experiência enriquecedora para nós como discentes, apresentar os nossos resultados de pesquisa em um evento deste nível”, finaliza.

Já com a palestra Em direção à Ciência de Dados Educacionais para turmas grandes no contexto do BCT/ECT/UFRN, o professor da ECT Orivaldo Santana, que possui experiência na área de inteligência artificial e aprendizagem de máquina, trouxe discussões sobre como as ferramentas computacionais podem dar suporte ao processo de ensino-aprendizagem dos alunos. “Trazer ferramentas tecnológicas para dar esse suporte de forma estratégica é necessário. Tudo está ligado ao sentido de ajudar os discentes a compreender um conhecimento que é extremamente abstrato e torná-lo centro de tudo, saindo de apenas receptor e sendo mais ativo”, comenta o professor.

Além de Orivaldo, outros docentes da ECT apresentaram palestra. Abordando o trabalho realizado no projeto de ensino de monitoria da área de Ciência, Tecnologia e Sociedade, os professores Carla Cabral, Aline Amorim e Thiago Lucena conduziram a palestra O papel formativo humanístico como potencializador da monitoria em bacharelados interdisciplinares em Ciências e Tecnologia. “Contextualizamos o projeto, falando a respeito das inter-relações ciência, tecnologia e sociedade e a importância da formação humanística em nosso bacharelado. Informamos as disciplinas com as quais trabalhamos e onde se insere o trabalho com os monitores. Do projeto de ensino, destacamos os grupos de estudo”, relata Carla.

Segundo a professora, as produções científicas e os desenvolvimentos tecnológicos sofrem influências de diversos contextos e têm uma dimensão ética constituída por valores. “Qualquer produção da ciência e da tecnologia impactará contextos sociais e ambientais. Há inúmeros exemplos, na história e atuais. Como a pandemia de covid-19, tanto na produção e distribuição das vacinas, quanto nas políticas de saúde. E também questões que envolvem a educação brasileira”, explica. No geral, os estudantes chegam na graduação sem compreender as implicações da ciência e tecnologia em temas como esses. “Em nossos componentes curriculares buscamos explicitar isso, provocar reflexões e estimular análises, sensibilizando nossos estudantes para se conscientizarem de que o que discutimos em sala de aula pertence ao cotidiano, agora e mais tarde, quando adentrarem o mundo do trabalho como profissionais”, finaliza Carla.