O projeto Cometa Nordestino espalha conhecimento científico e inspira um futuro de possibilidades nas comunidades nordestinas...
A observação do céu é um recurso educacional tradicional e que remonta à antiguidade, tendo a sua presença na educação básica defendida por distintos pesquisadores. O caráter observacional pode ser uma estratégia didática para que o aluno seja capaz de reconhecer fenômenos que fazem parte de seu cotidiano e também a porta de entrada para muitos jovens ao mundo da ciência, sobretudo nas escolas públicas.
Pensando nisso, o Projeto de Extensão Tapirapé: planetário 3D de papel, coordenado pelo professor da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT/UFRN) André Bessa, com auxílio de estudantes da graduação, promove oficinas com noções básicas dos astros e seus fenômenos, voltadas a alunos e professores de escolas públicas no Rio Grande do Norte, com uso de uma linguagem acessível.
O projeto traz a construção de uma nova forma de representação da abóbada celeste, como uma cúpula de papel que representa fielmente o céu noturno, em dado local e época do ano, feita pelo professor nos últimos meses. “A vantagem da cúpula é entregar para as pessoas um céu em miniatura. Isso é muito diferente de mostrar uma parte do céu, como os aplicativos, e mostrar o céu como algo plano”, evidencia o professor André Bessa.
Toda ação foi viabilizada recentemente por um programa de computador inovador, desenvolvido para o projeto, que calcula e desenha as estrelas e constelações nos locais exatos para a montagem tridimensional da cúpula. O aspecto crucial do projeto está no fato dos próprios estudantes montarem sua cúpula em uma oficina, a partir de três folhas de papel A4, tesoura e cola. Os graduandos que auxiliam nas oficinas são beneficiados pela capacitação nos conteúdos de astronomia e pela experiência didática.
Com o objetivo de atingir o maior número de alunos e professores, a primeira oficina foi realizada em conjunto com o Projeto Cometa Nordestino, também da ECT, na Escola Estadual Stoessel de Brito, em Maxaranguape, e contou com cerca de 20 participantes. “O critério para a escolha do público alvo foi a facilidade de logística. Em escolas, participaremos das visitas já programadas do projeto Cometa Nordestino. No Ensino Superior, vamos trabalhar a oficina com estudantes da ECT” , explicita André.
A oficina tratou sobre o céu daquele dia, suas constelações e histórias. “Distribuímos as réplicas do céu em papel para os participantes, e pudemos perceber seu interesse. Eles têm aquele céu lindo e com menos poluição luminosa. Brincar de reconhecer estrelas passa a ser uma alegria em qualquer época do ano”, conta o professor.
Sobre o projeto
O nome escolhido, Tapirapé, foi pensado a partir do desejo de valorizar as histórias do céu dos povos do hemisfério Sul. “A mitologia ocidental é fantástica, mas os europeus não têm acesso a uma parte linda do céu, onde está, por exemplo, o Cruzeiro do Sul. Tapirapé significa Caminho da anta. É como alguns povos originários do Brasil se referem à incrível faixa de estrelas da nossa galáxia (Via Láctea) que corta o céu visto da Terra”, pontua o professor.
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