O projeto Cometa Nordestino espalha conhecimento científico e inspira um futuro de possibilidades nas comunidades nordestinas...
Pensando em formas de contribuir com as ações de sustentabilidade hídrica na região Seridó do estado do Rio Grande do Norte, o projeto de extensão “Os Recursos Hídricos no Desenvolvimento do Geoturismo no Geoparque Seridó/RN”, integrado à disciplina “Políticas, Planejamento e Gerenciamento Integrado dos Recursos Hídricos”, do curso de Ciências e Tecnologias, leva os alunos a explorar as interações e consequências da questão hídrica nas diversas atividades sócio-econômicas-ambientais do local.
O projeto visa trazer formas de explorar o turismo no Seridó, mesmo em épocas de poucas chuvas, reconhecendo os aspectos da escassez hídrica como “uma ida para quem gosta de desafios”, destacou a professora Vera Castro, coordenadora da atividade. A expectativa é que a cada semestre uma nova turma dê continuidade aos trabalhos produzidos pela turma anterior.
Além dos alunos, o projeto envolve também as bolsistas Hiasmin Dantas e Mariana Costa , juntamente com os professores Jazielli Carvalho, Luciana Lopes, Carlos Wilmer, Thiago Lucena e Marcos Nascimento, sendo este último um dos pioneiros na criação da estrutura que fez com que o Geoparque Seridó fosse reconhecido pela UNESCO.
Inicialmente, o trabalho está sendo feito em três dos seis municípios que constituem o Geoparque, a saber, Acari, Currais Novos e Cerro Corá. A equipe do projeto busca conhecer a área e estudar as características físicas da região, como a interação do trinômio água/solo/planta. Além da ciência, a ação ainda lida com o reconhecimento das dificuldades vividas pela população que reside nesses municípios, principalmente em períodos de seca.
Entre aulas teóricas, oficinas, e palestras, os alunos têm a oportunidade de discutir os objetivos e as melhores metodologias para realizar os estudos em campo. Neste semestre, os alunos visitaram o geossítio de Totoró, localizado em Currais Novos, onde aplicaram questionários à comunidade sobre a qualidade da água e o saneamento da região, a fim de delinear as ações que precisam ser realizadas. Durante a visita, os estudantes verificaram a situação do corpo d’água principal, o açude do Totoró, e as questões ambientais em seu entorno, relacionadas aos impactos das atividades humanas, plantios, agrotóxicos, se havia resíduos ou esgotos. Observaram, ainda, a infraestrutura do local, como vias de acesso e sinalização.
Para a turma do próximo semestre, Vera pontua que dará continuidade às ações, incluindo a instalação de uma rede de monitoramento da quali-quantitativa da água, que foi iniciada a partir de um embasamento científico pela turma de 2023.1. O equipamento vai medir o nível e qualidade da água do reservatório, como o pH, a salinidade e a condutividade elétrica, utilizando réguas de milimetragem, onde a própria comunidade pode observar a alteração da quantidade de água.
A coordenadora pontuou a vontade de levar esses estudos para escolas locais, de modo que os alunos tenham uma espécie de “estação experimental”, e, ainda, que professores das diversas disciplinas possam utilizar dados coletados na própria região para contextualizar o conhecimento. Para isso acontecer, Vera Lúcia destaca a importância de parcerias com órgãos públicos, como a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, e o Instituto de Gestão das Águas.