A Escola de Ciências e Tecnologia (ECT/UFRN), por meio da Coordenação do curso de Ciências e Tecnologia, torna pública a…
Buscando exibir o valor de contribuições femininas ao longo da história de uma forma mais dinâmica e ligada à educação, nasceu o protótipo do game HERStóricas. O jogo foi criado pela estudante de Engenharia da Computação, Rainara Duarte, para a matéria de Lógica de Programação (LoP), sob a orientação dos professores Orivaldo Santana (ECT/UFRN) e Idalmis Milian (ECT/UFRN), evidenciando a capacidade de mulheres em todos os meios, principalmente desenvolvedoras e jogadoras que se destacam por seus trabalhos no setor.
A ideia surgiu quando Rainara soube que o trabalho final da matéria seria a elaboração de um game que deveria apresentar um lado educacional. Sendo assim, ela trouxe sua inspiração por Ada Lovelace, primeira pessoa a criar um algoritmo computacional e toda a sua influência na área. “Vendo uns vídeos sobre ela encontrei no YouTube um documentário da globo chamado Mulheres históricas, que contava um pouco sobre o marco de várias mulheres na história. Foi então que decidi me inspirar e fazer com que cada fase do meu jogo fosse baseada em alguma delas”, conta Rainara.
Inicialmente, o game se chamaria Elas na ciência, mas Rainara viu a possibilidade de abranger o título para diversos campos, enxergando na história como algo amplo e que tem ligação direta ao trabalho das mulheres.
O protótipo traz duas fases, onde na primeira, a personagem é Ada Lovelace, em um desafio relacionado a área da programação, em que o jogador precisa ajudá-la a chegar até a porta do labirinto montando um algoritmo correto para isso. Logo após, na fase 2, o game fala sobre Marie Curie, em um desafio relacionado à química. Nele, o jogador tem como principal objetivo coletar 15 elementos bons, desviando dos radioativos.
Ainda que o HERStóricas se encontre apenas como um protótipo, Rainara não descarta a possibilidade de futuramente investir no lançamento oficial do jogo. “Ainda sou iniciante e esse foi o meu primeiro projeto ‘real’. Penso é incluir mais mulheres, pois como precisei entregar o trabalho para a disciplina acabei desenvolvendo apenas duas fases. Tenho em mente outros nomes para incluir, como a viróloga escocesa June Almeida, a cientista espacial Katherine Johnson e até mesmo personalidades brasileiras”, finaliza a estudante.
Surpresa e valorização dos jogos produzidos
Dentro da disciplina LoP, os alunos são livres para escolher o tema e o estilo de jogo que pretendem apresentar como produto final e são orientados sobre como fazer a base. Além disso, também recebem incentivo para exibir seus trabalhos na plataforma ColabEduc, tendo a chance de tornar o trabalho público e ter mais alcance de seus jogos educacionais.
O professor Orivaldo destaca sua surpresa com o jogo elaborado por Rainara. “Ao primeiro olhar foi o avanço dela com o designer do jogo, foi tudo muito harmonioso e partiu de conhecimentos prévios dela. O tema veio como uma surpresa positiva, pois sabemos que na área de tecnologia e exatas o acesso feminino é muito restrito”, pontua o professor.
Os jogos continuam sendo um dos principais elementos motivacionais da disciplina de LoP. Para a professora Idalmis, “os conceitos de algoritmos e de lógica de programação ficam mais claros e acessíveis a partir do desenvolvimento de um jogo e de atividades aplicadas. LoP com certeza é a base de inúmeras disciplinas cursadas depois e ajuda no uso de novas tecnologias”, conclui.